sábado, 9 de novembro de 2013

CURRAL DE CIMA - PB



CURRAL DE CIMA- PB

Sabe-se que o nome do município paraibano origina-se da atividade pecuária desenvolvida no local. No entanto, existe controvérsia quanto aos primeiros colonizadores que ali se fixaram.

Nunca é demais lembrar que os currais foram criados a partir da proibição estatal da criação do gado solto devido ao prejuízo que causavam as lavouras.
No início do século XVIII, na Paraíba, a pecuária era desenvolvida em áreas de tabuleiros, que não eram consideradas aptas ao plantio da cana de açúcar. 

Os currais não só serviam para a população local, mas também de pousada para o gado em trânsito, que era transportado vivo do Rio Grande do Norte para Pernambuco, através dos caminhos das boiadas, chegando a jornada diária de aproximadamente 4 léguas, sendo necessário lugar para o recolhimento e descanso do gado entre as jornadas diárias.

Existiam também locais para matança de animais, chamados também de currais, quase sempre afastados das povoações, que mais tarde adquiriram o nome de matadouros. Em determinada época, já no século inicio do XIX, a coroa portuguesa permitiu, através de regulamentos, a matança de animais segundo o “método judaico”, e quase sempre em local afastado do matador público. Tal local era denominado de curral de cima.

Todavia, considerando os antigos registros paroquiais é certo que no caso de CURRAL DE CIMA o local foi utilizado apenas para guarda de animais e não matadouro, muito menos pelo método judaico. 

Muitos desses currais, não só na Paraíba como em todo o Nordeste, foram embriões de futuras cidades, outros desapareceram e deles não se tem notícias.
O certo é que a localidade foi um antigo curral. Posteriormente, por volta de 1780, ali se instalou um engenho com um oratório cujo orago era São Miguel.

imagem family search

1786 -"Thomaz, de idade de dezoito diaz escravo do Ajudante Miguel Angelo da Sylva morador desta freguezia foi baptizado no Oratório do Engenho Curral de Sima, filial desta Matriz, pelo padre Antonio Alvarez Delgado, de minha licença lhe poz os santos oleos ao douze de novembro de mil setecentos e oitenta e seis, forão padrinhos José da Sylva e Josefa da Sylva, solteiros todos desta freguezia de que fiz este termo e naquele assino".


De Antonio  - 1786
imagem: family search


Ao que tudo indica o engenho funcionou, pelo menos até 1818, já que é mencionado neste registro do Batizado de Miguel - Escravo adulto
"Aos deiz dias de janeiro do anno de mil oito centos e dezoito de licença minha no Oratório de São Miguel do Ingenho do Curral de Cima, filial desta Matriz o Reverendo  Vigário de Monte Mor José Antonio Lima baptizou solenemmente e após logo lhe pôs os santos oleos a Miguel adulto do Gentio de Angol, escravo do Capitão Joaquim de Sant'Anna desta freguezia; forão padrinhos Antonio e Izabel, escravos do Sargento Mor Domingos José de Carvalho, do que para constar fiz este termo que asigno."

imagem: family search

 

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

VIAGEM A MAMANGUAPE - 1805 (LUIZ DA MOTA FEO)



VIAGEM A MAMANGUAPE 
(Extraído do livro Memórias, contendo a Biographia do Vice Almirante Luiz da Motta Feo e Torres* -  por J. C. Feo Cardozo de Castello Branco e Torres – 1825, Pariz,  Fantin Livreiro, 1825).

No dia 22 de fevereiro de 1805, pelas 4 horas da tarde, sahi da cidade da Paraíba, com os Officiais das minhas Ordens. Passamos a váo do Rio Paraíba, que nesta occazião o permettia, paramos no Engenho do Meio, e fomos dormir em Gargaú, caminhamos 9 legoas, entre taboleiros de terrenos cultivados, vadeamos os Rios de Meriri e de Mamangoape, e entramos às 8 da manhã, na Povoação deste nome, onde achamos já reunidos o Povo, e ao principal gente dos seus destrictos.

Está a Capitania de Mamangoape, situada a borda do Mar, onde tem dois portos, com boa entrada e ancoradoro, para toda a quantidade de navios e outro na Barra do rio Mamangoape (que lhe dá o nome) para embarcações pequenas, como barcos, sumacas, etc, que por elle sobem, até duas légoas da Povoação do seu nome.

Tem esta Capitania, 30 legoas de extensão para o seu interior e 12 de largura na costa. Comprehende duas villas, huma povoação maior, e outras pequenas em diversos Destrictos a saber, Camaratuba, Brejo da Area, Serra da Raiz, Bruxava  e Bananeiras; as villas são, São Miguel da Bahia da Traição, e Montemor, ambas povoadas de índios, e cada huma com sua freguezia, e a povoação maior he Mamanguape.”

Luiz da Motta Feo foi governador da Paraíba e fez várias viagens ao interior da capitania recolhendo donativos dos homens mais ricos para a coroa portuguesa. Em 1825, João Carlos Feo, seu filho, manda imprimir em Paris um livro contendo a biografia do pai. O livro, que é rico em relatos, proporciona uma visão da situação da capitania na época através das anotações das viagens do governador.

domingo, 3 de novembro de 2013

SERRARIA - PB



SERRARIA – PB
A origem da povoação, segundo Coriolano de Medeiros, decorre de uma antiga serraria que existiu no local instalada por volta de 1850.
No entanto, ao que tudo indica o local já era habitado por colonizadores desde o início do Século XIX.
A primeira capela, cujo orago era Nossa Senhora da Boa Morte, foi durante muitos anos palco de celebrações religiosas dos habitantes locais.
Registro de batizado de Josefa, parda, filha natural de Monica, escrava de Francisco Galdino dos Santos, morador no Jacaré, nasceu a dezenove de agosto de mil oito sentos e setenta e dois, de minha licença o R.do Pe. Manoel Correa de Souza Lima batipzou solenemente aos vinte nove do mesmo mês e anno, na capela de Nossa Senhora da Boa Morte, desta freguezia, foram padrinhos Antonio Sabino da Cruz e sua mulher Raimunda Honoria da Conceição.
 imagem family search

Não se sabe ao certo quando a capela de Nossa Senhora da Boa Morte deixou de existir. O certo é que foi criada uma comissão para erigir outra capela, sob a invocação da Santíssima Virgem da Conceição, conforme notícia publicada no jornal a União, de 24/10/1895, sendo que tudo indica que esta capela foi construída em 1896, mas desta feita sob a invocação do Sagrado Coração de Jesus.
 Fonte: Hemeroteca Digital - Biblioteca Nacional

De capela virou igreja e logo se tornou matriz, ao mesmo tempo em que a povoação se tornou vila, em 1897. s
  Fonte: Hemeroteca Digital - Biblioteca Nacional - A união 14/10/1897

Antigos moradores (1870 a 1900)
-Joaquim Ferreira Lima e Francisca Maria
- Pedro José dos Santos e Antonia
- Archanjo Martins de Oliveira e Zeferina Barbosa
- Felix Antonio Ferreira Cabral e Bernarda Lyra
- Manoel Mendes da Silva Coutinho e Etelvina
- Manoel Hortêncio da Cunha e Luzia Maria
- Manoel Liandro de Lima e Maria Francisca
- Antonio Jose Raposo e Maria Aurora Guedes
- Emygdio Marques de Araújo e Isabel Rosimira 
- Ildefonço Filgueira de Menezes e Bernarda
- Antonio Targino de Araújo Dias
- Antonio Bento Duarte dos Santos
- João Pereira de Sá Serrão
- Euzebio Joaquim da Silva Coelho
- João Gomes do Nascimento Lyra
- Joaquim José Pereira de Mello