sábado, 28 de março de 2015

ANTIGOS PROFESSORES - RIO GRANDE DO NORTE 1839


                                                                                                                                                                               Segundo  o relatório apresentado por MANOEL DE ASSIS MASCARENHAS de 1939 existiam 23  professores, 712 alunos matriculados, sendo apenas 76 do sexo feminino.

Na comarca de Natal : 
- José Bento de Souza
- Josefa Francisca Soares da Camara
- Vicente Ferreira Alvares
- Florinda Joaquina Alvares     
- Antonio Feliz de Cantalício
- Antonio Martim da Silva
- José Alves da Silva
- Antonio Pereira de Brito Paiva
- José Freire de Biserril
- JOão Manoel de Carvalho Botelho
- Manoel Polycarpo de Carvalho Botelho
- Joaquim José de S. Anna Macedo

Na comarca do Assu
- Francisco de Paula Rodrigues de Paiva
- Nicolao Vieira de Melo
- Francisco José de Mello Guerra
- Hermegildo Pinheiro de Vasconcellos
- João Felis do Espiríto Santo
- Maria Joaquina Ezequiel da Trindade
- João de Araújo Pinheiro
- João Gualberto Soares da Camara
- Francisco de Paula Furtado
- Ignácio Francisco Dantas
- Matheus Antonio Vianna                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                        


sábado, 7 de março de 2015

JACARAÚ - PB

Distando aproximadamente 73 Km da capital, a cidade fazia parte da antiga rota de tropeiros que transitavam entre a Paraíba e o Rio Grande do Norte.
Embora o distrito tenha sido criado em 1908, subordinado ao município de Mamanguape, a existência de um agrupamento humano no local data, de pelo menos, do inicio do século XIX.
Infelizmente, como tantas outras cidades do interior nordestino, não existem estudos confiáveis da sua origem. 
Em breve pesquisa na internet verifiquei que pouco ou quase nada existe publicado sobre sua história, e, quando muito encontramos coisas como " a colonização teve início no final do século XIX e começo do século XX" , o que absolutamente não é verdade.

O nome JACARAÚ tem de origem tupi, que é uma língua aglutinante, em que a aglutinação é o mecanismo predominante na formação das palavras. Assim, Iakaré  significa jacaré. Iakareí ou Jacareí é o rio dos jacarés. E, JACAREÚ, possivelmente é um topônimo cuja origem veio da expressão  " lugar dos jacarés". 

Em apenas um dos livros paroquias de Mamanguape, achei 9 batismos realizados em apenas um dia (8/12/1827), de antigos moradores do local, notadamente das famílias SOARES, BEZERRA, NOGUEIRA E FERREIRA, conforme comprovam os registros abaixo.
Assim, é lícito concluir que naquele local existiam. pelo menos 9 famílias, sem contar com as dos padrinhos que poderiam ou não se moradores do local. Logo, o resultado da população local chegaria ao número estimado de 45 pessoas, levando-se em conta que cada família seria composta de apenas 5 membros (pai, mãe e 3 filhos), sem contar escravos e agregados, resultando em número muito maior.
Evidentemente, tais famílias deveriam estar dispersas, cada qual em seu próprio pedaço de terra, não havendo que se falar propriamente de um arraial pela falta de um oratório ou de uma capela, mas os documentos comprovam o número elevado de fiéis, o que resulta na presença do padre para a celebração tantos de batizados em um só dia.   
Todavia, podemos dizer que tais pessoas ou foram os pioneiros do local ou descendentes destes.

Concluindo: necessário se faz uma pesquisa maior pelos interessados, para resgatar a história local e não ficar repetindo as mesmas bobagens, sem nenhum fundamento, que geram apenas informações erradas e destituídas de veracidade.

Eis os registros que encontrei:

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Antonio, batizado em 8/12/1827, no lugar do Jacaraú, filho de José Rodrigues e Thereza de Jesus. Padrinhos Manoel Nogueira de Adriana Soares.

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 João, batizado em 8/12/1827, no lugar do Jacaraú, filho de Silvestre José e Antonia Maria. Padrinhos João Soares dos Santos e Maria da Silva Souza

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Francisco, batizado em 8/12/1827, no lugar do Jacaraú, filho de José Francisco da Silva e Joana Nogueira. Padrinhos Manoel Lourenço de Oliveira e Nossa Senhora da Conceição. 


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Antonio, batizado em 8/12/1827, no lugar do Jacareú, filho de Francisco Bizerra e Anna Francisca. Padrinhos Joaquim da .... (ininteligível) e Alexandrina de Souza

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João, batizado em 8/12/1827, no lugar do Jacaraú, filho de Antonio Nogueira e Perpetua Maria. Padrinhos José Marques da Silva e Bibiana Maria. 
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Carlota, batizada em 8/12/1827, no lugar do Jacaraú, filha de Ignacio da Rocha e Joanna Maria. Padrinhos Vicente Ferreira da Costa e Thereza de Jesus.

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Maria, batizada em 8/12/1827, no lugar do Jacaraú, filha de José Alves e Lourença Vital. Padrinhos Vicente Ferreira e Margarida Antônia.
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Joaquim, batizada em 8/12/1827, no lugar do Jacaraú, filha de Ignácio Ferreira e Thereza Maria. Padrinhos Pedro de Azevedo e Margarida Antônia.
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Silvana, batizada em 8/12/1827, no lugar do Jacaraú, filha de Bartholomio Fernandez e Joaquina Maria. Padrinhos Alexandre José da Fonseca e Rosa Adriana de Freitas

domingo, 1 de março de 2015

O VAQUEIRO - SÉCULO XVIII

A figura do vaqueiro está sempre associada ao criador de gado nos sertões nordestinos. Na verdade, com a própria identidade da região, pois no início da colonização quando as grandes sesmarias foram concedidas ele se tornou imprescindível para o desenvolvimento da economia local.
Os sesmeiros geralmente moravam longe das fazendas de gado, e os vaqueiros eram os homens que realmente administravam as fazendas.
Eram homens incultos, acostumados à lida com o gado, geralmente mestiços e que se propunham a trabalhar com muitas dificuldades, que iam desde as doenças que acometiam o gado (bicheiras e outras) até se defenderem de cobras ou onças.
Viviam uma vida modesta. A casa era quase sempre uma tapera que lhes servia de abrigo, sempre próxima de uma fonte de água. Rede para dormir, alguns tamboretes, meia dúzia de panelas e potes, cuias feitas de cabaças, facas e facões compunham o seu lar.
Longe dos centros urbanos, faziam sua própria vestimenta com o couro dos animais abatidos (calça, paletó, chapéu, sandálias, luvas e bolsas). Utilizavam o couro para "ornar" a casa (baús, mesas e até cadeiras). 
As mudanças devido as estações do ano eram necessárias, já que com um pasto seco era preciso procurar outro. Além do que era necessário construir "tanques" ou "cacimbas" para armazenamento da água para o consumo dos animais.
O local onde o gado se reunia para ruminar era chamado de malhada, que as vezes eram usadas por vários vaqueiros. Estas malhadas acabaram por dar origem a um pequeno arraial
Ao vaqueiro tocava a quarta parte das crias, o que com o passar do tempo levou muitos vaqueiros a se tornarem, eles próprios, um fazendeiro, arrendando "sítios de terras" de seus antigos patrões para criação de seus próprios animais.
Uma fazenda comportava, em média, 10 homens para a lida com o gado. Computado neste número os escravos e "cabras". Ás vezes dois ou três vaqueiros repartiam as tarefas e, consequentemente o "quarto" devido. 
A família do vaqueiro era constituída da mulher e filhos. Cabendo à mulher, além dos serviços domésticos a manutenção das roças de subsistência (milho, mandioca, feijão, etc). Ao vaqueiro cabia caçar e pescar para prover o alimento da família. 
Existiam fazendas denominadas de "engorda", que estavam localizadas próximas as grandes feiras, onde o gado vindo do sertão, magro, cansado e às vezes doente passava um tempo para ser vendido, mais gordo, por um bom preço.
Foram os vaqueiros os verdadeiros desbravadores dos sertões, e, os patriarcas de muitas famílias. Gente simples, com hábitos simples, mas de imensa coragem e determinação.  


POPULAÇÃO DA PROVÍNCIA DO RIO GRANDE DO NORTE - 1839

No relatório apresentado à Assembleia Legislativa da Província do Rio Grande do Norte na abertura da última sessão ordinária da 2a. Legislatura provincial, no dia 7 de setembro de 1839, pelo Presidente da Província MANOEL DE ASSIS MASCARENHAS (quadro abaixo), elaborado com base em 34 mapas remetidos pelos juízes de paz (faltavam 6 para completar o número de 40 distritos) temos que a a população livre era de 70.341 indivíduos e de cativos 10.189 (* a população estimada na época era de 94.000 indivíduos. Os dados são bastante inconsistentes, já que Sturtz. estimou em 1835 em 46.000, o Ministro do Império em 87.000 em 1836).

Dos livres:
- Brancos 27.638
- Pardos   33.326
- Índios       3.103
- Pretos      6.274

Dos cativos
- Pardos 3.836
- Pretos  6.353

No quadro abaixo, exibido no relatório, vemos que a população cativa cresce em torno de 33 %, enquanto na livre o crescimento populacional atinge mais de 64 %, em número maior entre os "pardos", já que entre os índios a proporção entre os batismos e os óbitos é quase equivalente.

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