sábado, 22 de agosto de 2015

LOCAIS E PROPRIETÁRIOS DE TERRAS EM SANTA CRUZ/RN (1920)

SANTA CRUZ – 1920

NOME DO ESTABELECIMENTO OU LOCAL/PROPRIETÁRIO (S)
ARATAÚ
  Antonio Umbelino

AROEIRAS
  Lindolpho de Faria

BAIXA VERDE
  Francisco Fonseca
  Antonio dos Santos
BARRO BRANCO
 Candido José da Silva
BELLO MONTE
Manoel A dos Santos

BOA VISTA
João Francisco Dantas Salles

CACARUABA
Manoel Henrique da Ponte

CARRAPATEIRA
Galdino José de Menezes

CRUZ DE SÃO PEDRO
José Atahyde

CUSTODIO
Antonio Borges

FAZENDA BARRA DO MORGADO
Manoel Feliciano
FAZENDA BARRA NOVA
José E M Paiva
FAZENDA BOA HORA DE BAIXO
Ezequiel Mergelino de Souza
FAZENDA BOA HORA DE CIMA
Ladislau de A Galvão
FAZENDA BOA VISTA
Maria P de Medeiros
FAZENDA BOM DESCANÇO
Ivo Ferreira da Silva
FAZENDA BOM JESUS
Marcos Reynaldo
FAZENDA CACIMBA DE BAIXO
Leonício Costa
FAZENDA COTOVELLO
Manoel Rodrigues Dias 
FAZENDA INGÁ
Augusto Leopoldo 
FAZENDA INHARÉ DE BAIXO
Padre Ismerino Gomes
FAZENDA IPUEIRA QUIXABA
Antonio Gomes
FAZENDA JUCURY
José Gomes da Silva 
FAZENDA JUREMA
Francisco Nunes 
FAZENDA LAGOA DOS VELHOS
Sebastião Ferreira da Silva 
FAZENDA MANGAGÁ
Joaquim Ferreira da Silva 
FAZENDA MARITACACO
João Confessor 
FAZENDA SANTANA
José F da Rocha 
FAZENDA SÃO JOAQUIM
João Francisco Dantas Salles 
FAZENDA SÃO PAULO
Antonio Varella dos Santos

GRAJUAHÚ
João Lopes de Oliveira
Ignácio Bezerra de Araújo
Antonio Pereira de Araújo
Manoel Ferreira da Costa
Manoel Pereira do Nascimento

IPUEIRA       
João Germano
Manoel Ribeiro

JERICÓ (atual Coronel Ezequiel)
Manoel Casemiro Gomes

JUREMA
Pedro Medeiros

MALHADA GRANDE
João Eloy Ribeiro

MARAVILHA
José Reynaldo

MATTA VERDE
Luiz Zeferino Gomes

OLHO D’AGUA
Ezequiel Mergelino de Souza

PARAISO
Miguel F da Rocha

PESSOA
Antonio G de Faria

POÇO DO SERROTE
João Theotônio da Paixão
João E da Cunha
Antonio P Dias

QUIXABEIRA
Clementina de Faria

RIACHO DO FEIJÃO
José Ribeiro

RIACHO FUNDO
Joaquim Fellipe

SANTA CATARINA
José B de Araujo Galvão

SANTA ROSA
Ezequiel Mergelino de Souza

SANTO ANTONIO
José de Faria

SÃO BENTO
Abdias A da Silva
Euclydes A da Silva
Antonio A da Silva

SÃO FRANCISCO
José Joaquim Pinzel
João Nunes

SERRA DO DOUTOR
André Borges
Joaquim Borges de Oliveira

SÍTIO ALEGRE
Synesio Pereira Guimarães

SÍTIO NOVO (atual município)
Manoel Ferreira Lima
Francisco Ferreira Lima
José Ferreira Lima

TANQUE NOVO
Auspicio Furtado Pelijote

VILLA DIVANGELA

Padre Ismerino Gomes

domingo, 16 de agosto de 2015

SANTA CRUZ/RN - 1930

O Município de Santa Cruz/RN em 1930 tinha como principal riqueza a criação de gado e a cultura do algodão.
Os distritos eram: Santa Cruz, São Thomé, Campo Redondo, Jericó, Salgado e São Bento.
A cidade de Santa Cruz tinha aproximadamente 3.500 habitantes enquanto o município em torno de 30.000.
Os principais cemitérios do município eram: o Público de Santa Cruz, São Thomé, Jericó, São Bento, Japi, Sítio Novo, Cotovelo, Potengy Pequeno, Campo Redondo, Barra, Várzea do Milho, Salgado e Várzea Grande.
O município contava com a Banda de Música: Philarmônica 22 de maio.
Alguns de seus habitantes mais conhecidos na cidade foram:
Descaroçadores de algodão:  Antônio de Andrade Lima, Antônio Borges, Antônio Costa, Francisco Tavares Pinto, Joaquim Nunes, José Ribeiro, José Zuca Pinto, Manoel da Costa Palma, Manoel José de Medeiros, Miguel Ferreira da Rocha.

Comerciantes: Alfredo Xavier Bezerra, Elias Ribeiro Damasceno, Ezequiel Mergelino Souza, Francisco da Costa Sobrinho, Francisco Praxedes, João Bianor Bezerra, João Felipe Damasceno, José Abdias de Farias, José Pereira Xixi, Manoel Pinto, Manoel Virgílio da Cruz, Miguel Nunes de Carvalho, Pedro Ferreira lima, Eduardo de Souza Pinto.
O Hotel Santa Cruz era de Anna Bezerra.
Padaria de Ezequiel Mergelino de Souza.
Parteiras: Anna Silva, Francisca Dedão e Maria Vicência.
Farmácia Martins, de Giovani Martins e Farmácia dos Pobres de João Roberto Paz União.
Sapateiro: João Franklin de Souza
Seleiros: Antônio Soares de Souza, Joaquim da Silva Sobrinho, José Justino de Souza, Manoel Pedro e Manoel Pereirinha

sábado, 15 de agosto de 2015

ALGUNS MEMBROS DA FAMÍLIA PINTO EM ARARUNA/PB

Nunca se deve desprezar os relatos que ouvimos em família. Sempre podemos nos valer deles para as pesquisas genealógicas.
No meu caso, foi a memória prodigiosa que tanto meu pai como minha mãe possuíam que muito me ajudaram.
Certa vez ouvi de meu pai que quando sua avó materna ALEXANDRINA DE SOUZA PINTO morreu seus os oito filhos foram acolhidos pelos parentes.   
Dizia meu pai que tanto minha avó IZABEL, como suas irmãs MARIA, RITA, JOANNA foram morar em Santa Cruz com os avós maternos (ISABEL E EMÍGDIO - pais de ALEXANDRINA). Os irmãos PEDRO, MANOEL, ANTONIO e ADOLPHO foram acolhidos por tios - irmãos de ALEXANDRINA.
Contava meu pai que, na sua juventude em Santa Cruz/RN,  chegou a conhecer todos os seus tios maternos. Alguns deles moravam naquela cidade, como MARIA, RITA e ANTONIO.
Sobre JOANNA dizia que depois de viúva foi morar em Araruna, onde já morava o irmão MANOEL. Acrescentava que "titia" JOANNA era muito religiosa e cantava em um coro de Igreja.
Bem no começo de minhas pesquisas confirmei os dados que ele forneceu.
Joanna nasceu em 12 de fevereiro de 1898, conforme comprova o registro abaixo.


JOANNA faleceu em Araruna/PB no dia 4 de setembro de 1981. Consta no registro de óbito que deixou filhos e tinha bens. Todavia, só encontrei a informação de se casou em Santa Cruz/RN, por volta de 1930. Seu marido chamava-se "JOSÉ JÚNIOR" o qual teria falecido na década de 40.. Não encontrei nenhum de seus filhos.
Realmente é verdade que JOANNA, depois que ficou viúva,  morou na casa do tio HENRIQUE  EMÍGDIO DE SOUZA PINTO e, depois, na casa do primo Henrique da Câmara Pinto. Assim, se confirmaram as informações que meu pai tinha a seu respeito.

Outro irmão de minha avó. que também se fixou em ARARUNA/PB foi MANOEL PAULINO BORGES, que se casou com MARIA JOSELITA DE MACEDO, filha de FRANCISCO ALVES DE MACEDO e MARIA JUSTINA DE MACEDO, em 9/04/1921. Há informação de que o filho do casal se chamava ANTONIO GALDINO BORGES.

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sábado, 8 de agosto de 2015

OS TARAIRÚS

Toda vez que vejo a pintura da índia tarairú de Eckhout  tento decifrar os elementos de sua cultura.
Os tarairús habitavam os sertões da Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará.
Foram praticamente dizimados no período de 100 anos (1630/1730), pois foram tratados pelo colonizador português como intrusos em sua própria terra. Mas, eles deixaram suas marcas não só no DNA de muitos nordestinos como também nos seus hábitos alimentares.
Mudavam de lugar de acordo com as estações do ano, sempre buscando alimentos.
Eram atraídos pelos cajus, típicos do litoral, o que lhes renderam algumas guerras com os pitiguares. Dele faziam uma bebida para se embebedarem e aproveitavam a castanha assada como alimento.  
Os tarairús eram guerreiros, grandes caçadores/pescadores, apesar de coletores eram também eram agricultores, pois,  ao contrário do que alegam alguns historiadores, mantinham as suas roças nos lugares em que viviam.
Nestas roças não só plantavam a mandioca, da qual era extraída a farinha, mas  o milho, "jerómus" (jerimum) e "jurumus (cabaças), sendo que a primeira servia de alimento, servidas assadas em brasas enterradas na terra. Das cabaças faziam vasilhas para carregaram ou beberem água.
Fabricavam cestarias com fibras de árvores.
Colhiam mangabas, araçás, bacopari, jenipapo, umbu e  demais frutas típicas do sertão.
Torravam o peixe para fazer uma espécie de farinha que era consumida juntamente com certas pimentas. 
Criavam alguns animais, como araras e papagaios de onde tiravam penas que lhe serviam de adorno. 
Faziam uso de narcóticos como a jurema preta e a coroa de frade. 
Comiam tatus, sapos, cobras e todo tipo de caça que encontravam pela frente.
A antropofagia, tão propagada por alguns e até retratada por ECKHOUT na índia que carrega em seu cesto uma perna humana, fazia parte de seus costumes. Mas, só comiam os seus inimigos que eram abatidos em disputas.
Quando um membro de seu clã morria ele era queimado e  reduzido as cinzas, só assim era consumido pelos demais do grupo. É por este motivo que não são encontrados cemitérios dos tarairús, já que eles não tinham o costume de enterrar os mortos (tal costume foi introduzido graças ao homem branco).
Muitas tribos utilizavam penhascos que eram adornados com toscas construções de madeira e folhas de palmeira para moradia. Dormiam em redes feitas de fios trançados de algodão. Usavam umas sandálias de palha trançada nos pés. 



sábado, 1 de agosto de 2015

TENENTE CORONEL IVO ABDIAS FURTADO DE MENDONÇA E MENEZES

Não costumo postar algo que não esteja ligado direta ou indiretamente à história dos meus ancestrais. Assim, fatos, pessoas e curiosidades dos locais em que viveram não são menosprezados, mas, muito pelo contrário, são evidenciados para construir um panorama que ajuda a entender a cultura em que estavam inseridos.
Entretanto, ao receber uma mensagem onde um leitor aponta que gostaria de obter mais informações sobre “O Coronel Ivo Abdias Furtado de Santa Cruz/RN”, resolvi abrir uma exceção e escrever o que sei sobre ele, sem deixar de tecer algumas considerações a respeito.
Em primeiro lugar, devo esclarecer que em outra postagem já tratei sobre a Guarda Nacional e como os chefes políticos receberam as patentes pelas quais passaram a ser conhecidos.
Eram homens de posses que mantinham a “ordem pública” com uma estrutura de poder quase absoluta, truculenta, autoritária e criminosa. Foi no Nordeste que atuação dos “coronéis” teve mais amplitude, principalmente, no final do século XIX e primeiras décadas do século XX.
Jorge Amado, melhor do que ninguém, traçou o retrato fiel dessa estrutura de poder, onde o autoritarismo e conchavos políticos prevalecem, e, que tem reflexos até hoje, onde amigos e parentes são candidatos a cargos eletivos municipais e a cada eleição.
Com muita frequência encontramos mais de 4 gerações da mesma família atuando na política. São tios, primos, sobrinhos e, maridos que, tal qual acontecia na época dos coronéis, disputam cargos eletivos, muitas das vezes seguidos de escândalos, que mostram que a herança dos coronéis está presente na prática dos políticos atuais.    
Ultrapassadas tais considerações, não deve causar espanto nenhum algumas informações sobre o “TENENTE CORONEL IVO ABDIAS FURTADO DE MENDONÇA E MENEZES”, que é fruto de gerações anteriores desse mesmo sistema.
Ele nasceu em 15/11/1831 no Ceará. Faleceu em Santa Cruz em 1900. Sua família tinha grande poder político tanto no Ceará como no Rio Grande do Norte.
Casou-se duas vezes. A primeira com ANA ANGÉLICA SENHORINHA, falecida em 1864 aos 32 anos de idade. A segunda com MARIA DO ROSÁRIO LEOPOLDINA DE QUEIROZ (nascida aproximadamente em 1849), filha de JOSÉ FAUSTINO DE QUEIROZ e THEREZA DE JESUS MARIA. O casamento ocorreu em Santa Cruz em 21/11/1866, quando ele já era deputado provincial, conforme registro abaixo.

 foto arquivo pessoal

 foto arquivo pessoal

Cabe ressaltar que JOSÉ FAUSTINO DE QUEIROZ, seu sogro, nascido aproximadamente em 1816, também no Ceará, era filho do Tenente Coronel MIGUEL DE QUEIROZ LIMA e de VISCÔNCIA (nascida por volta de 1793),  filha de JOSÉ RODRIGUES DA SILVA e MARIA INÁCIA CAVALCANTI

Portanto, JOSÉ FAUSTINO DE QUEIROZ era neto de JOSÉ RODRIGUES DA SILVA (nascido por volta de 1767).
JOSÉ RODRIGUES DA SILVA é apontado, juntamente com JOÃO DA ROCHA FREIRE E LOURENÇO DA ROCHA FREIRE como “fundadores da cidade de Santa Cruz/RN". Mas, em relação a JOSÉ RODRIGUES DA SILVA é mais provável que vivia no Ceará pelo menos até 1814, ano em que sua filha ISABEL se casou, sendo pouco provável que tenha explorado qualquer fazenda no local antes de 1820. Logo, não foi um dos fundadores do local.
Note-se que desde os primórdios do século XIX já eram muitos os habitantes da localidade, como comprova a criação da freguesia de Cuité de 1801, que registra a “Fazenda de Caiçara da Ribeira do Trairi, com habitantes da fazenda e os demais habitantes pela ribeira acima, de uma e outra parte do rio”.
Como sempre digo, Santa Cruz não surgiu com a criação da freguesia em 1835, apenas 4 anos após a fundação da povoação. Nem que uma igreja tenha sido antes uma simples capela.
O início do seu povoamento se deu bem antes da data apontada pela historiografia oficial, acreditando ser, no mínimo, em 1801 pelas informações constantes da criação da freguesia de Cuité.  
O fato é que tanto JOSÉ RODRIGUES DA SILVA como JOSÉ FAUSTINO DE QUEIROZ aparecem como subscritores do abaixo assinado que pedia a criação da freguesia de Santa Cruz/RN (1835). JOSÉ FAUSTINO devia ter 19 anos e JOSÉ RODRIGUES DA SILVA deveria ter em torno de 68 anos de idade.
Outra filha de JOSÉ RODRIGUES DA SILVA e MARIA INÁCIA CAVALCANTI, chamada ISABEL, se casou com o português da ilha da MADEIRA, ANTONIO FURTADO DE MENDONÇA E MENEZES em 18/11/1814, no Ceará. O casal teve 13 filhos, dentre os quais IVO ABDIAS e JOB, este último nascido em 3/9/1826 também no Ceará.
Logo, IVO ABDIAS FURTADO DE MENDONÇA E MENEZES era também neto de JOSÉ RODRIGUES DA SILVA, primo de JOSÉ FAUSTINO DE QUEIROZ.
Como é possível notar há um entrelaçamento entre as famílias mais poderosas na época o que explica, típico do "coronelismo" e seus reflexos políticos.
Não é nenhuma surpresa que com o passar dos anos o nome dos integrantes das famílias dos "coronéis" apareçam em destaque na sociedade local, como é o caso do tenente coronel/fazendeiro IVO ABDIAS FURTADO DE MENDONÇA E MENEZES, que chegou a ser deputado provincial em 1866, mesmo ano de seu segundo casamento com a filha de seu primo JOSÉ FAUSTINO DE QUEIROZ.
Por óbvio, não causa nenhuma estranheza que ele, junto com outros da Guarda Nacional – Capitão Fazendeiro Trajano José Farias e Tenente fazendeiro Félix Antônio de Medeiros encabecem o abaixo assinado datado de 23/08/1875, que resultou na lei de 11/03/1876, que elevou à categoria de vila a povoação de Santa Cruz.
Note-se que o Padre ANTONIO RAFAEL, que era pernambucano, pároco da freguesia,  consta como o primeiro dos signatários, o que me leva a crer que naquela época já estava bastante íntimo dos fazendeiros que detinham o poder político em Santa Cruz, dentre os quais o próprio IVO ABDIAS. 
Reforçando a ideia de que ao prestar informações a MOREIRA PINTO, em 1889,  sobre os fundadores da vila, o padre resolveu inserir o nome do avô do chefe político da região e mais renomado na província - o próprio tenente coronel IVO ABDIAS FURTANDO DE MENDONÇA e MENEZES. Acrescentando ainda, outros membros da família ROCHA, que naquele tempo também eram chefes políticos poderosos. 
Uma jogada de marketing para justificar o poder dos "coronéis" como verdadeiros "donos" do lugar, atribuindo a fundação do local a um de seus ancestrais.

Santa Cruz, como tantas outras cidades pelo Brasil afora, sofreu a influência do coronelismo, até mesmo em sua verdadeira história, que foi literalmente extirpada pelos tantos coronéis que fizeram dela uma verdadeira extensão de seus domínios feudais.
É preciso resgatar, com provas documentais, sua origem e seus verdadeiros fundadores, objetivo maior de minhas pesquisas históricas/genealógicas, sem qualquer influência de antigos "coronéis" ou mesmo daqueles que herdaram seu "modus operandi".